O EFE Escola entrevistou o professor do Insper, Naércio Menezes, sobre o cenário educacional e ajustes necessários para o setor no Brasil.
O EFE Escola entrevistou o professor do Insper, Naércio Menezes, sobre o cenário educacional e ajustes necessários para o setor no Brasil. Ele também é coordenador do Centro de Políticas Públicas (CPP) do Insper, tem Ph.D. em Economia pela University of London, com mestrado e graduação, também em Economia, pela USP.
Veja a entrevista:
EFE Escola: O senhor acredita que a educação no Brasil evoluiu?
N.M.: “Evoluiu, pois tínhamos várias crianças fora da escola, por exemplo, e jovens não concluíam o ensino médio há 15 anos atrás. Nos últimos 25 anos, tivemos a universalização de crianças na escola, 70% de jovens concluindo o ensino médio. Temos uma evolução principalmente na permanência dos jovens sa escola. Já em termos de qualidade houve uma melhora no ensino primario; nos ensinos fundamental e médio a melhora não foi muito grande”.
EFE Escola: E sobre o acesso à educação, como o senhor avalia a situação brasileira?
N.M.: Em termos de acesso, a gente evoluiu muito no acesso ao ensino médio e no ensino superior a gente ainda está longe de acesso em relação a outros países. Há necessidade de aumentar o acesso ao ensino superior, aumentar o acesso às matrículase. Não acredito que é uma questão apenas de falta de recursos, mas sim de perspectiva de investimento de qualidade dos recursos, de como eles são gastos.
EFE Escola: Na sua opinião, qual seria uma primeira solução para melhorar a educação no Brasil?
N.M.: O mais importamnte é investir no ensino infantil. É o que dá mais retorno ao fomento de políticas públicas, pois no brasil ainda há uma pobreza muito grande; há muita defasagem no sistema escolar. Eexemplo disso é a taxa de repentência muito grande; gasta-se muito dinheiro com alunos repetentes e creches, quando deveria se investir na pré escola para iniciar um aprendizado efetivo.
EFE Escola: Quanto à defasagem salarial dos professores?
N.M.: Não é possível pagar o que os professores pedem (…), mas deveria existir um programa de remuneração de desempenho, isto é, remunerar os melhores, pagar bônus para os melhores; oferecer uma progressão de carreira que incentive os profissionais a se especializarem, melhore e aumente a produtividade e não haja acomodação.